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Com casos de Covid e resistência de Ricardo ao home office, professores temem pela saúde

Atualizado: 18 de mai. de 2021

“Um professor da Adolpho trabalhou semana passada inteira e depois descobriu que estava com Covid. Aqui na Maria Luiza uma professora trabalhou na quinta e, na sexta, não veio trabalhar. Avisou que também estava com a doença. Está difícil dar as aulas, pois estamos preocupados”.


O relato é de uma professora da rede municipal de ensino que pediu para não ter seu nome revelado, pois teme retaliações. Dois docentes, um da EMEIF Maria Luiza Malzoni Rocha Leite e outro da EMEF Adolpho Thomaz de Aquino estão afastados por conta da infecção pelo novo coronavírus. Uma servidora da Adolpho também está com a doença. Desde o início da pandemia, cerca de dez profissionais da educação municipal já foram contaminados. Não existe, porém, até então, indícios de relação com o ambiente de trabalho.


Apesar dos apelos dos professores e do Sismar, sindicato que representa a categoria, o prefeito João Ricardo Fascineli e a secretária de educação Cristina Sanches se recusam a autorizar as aulas remotas em home office, consideradas pelos servidores mais seguras e que tendem a melhorar a qualidade de ensino, pois terão mais tranquilidade para trabalhar.


Na segunda (10), após mais de um mês, a área jurídica da Prefeitura respondeu requerimento protocolado pelo Sismar com a proposta de trabalho dos professores em home office. O argumento foi que o poder executivo local acompanha o decreto estadual que autorizou as aulas presenciais nas escolas.


O Sismar avalia que o prefeito tem autonomia para decidir sobre as medidas de combate à pandemia. “O trabalho em home office depende de decreto do prefeito, mas ele não fez nenhum decreto ou qualquer outro documento a respeito”, argumenta a diretora do Sismar, Bernadete Couto.


A avaliação dos professores é que a atitude do prefeito é pessoal e não técnica. “Se considerasse importante proteger a nós e aos pais que têm que vir na escola nos plantões, teria colocado as duas escolas em quarentena após os casos positivos”, considera uma professora.


De acordo com ela, mesmo com os protocolos de segurança, são inevitáveis os contatos e o risco de infecção. “Achamos que a higienização não é realizada com produtos adequados e nem com a periocidade preconizada pelos órgãos de saúde. Além disso, não podemos usar o aparelho que mede a temperatura por falta de pilhas. Já foram solicitadas, mas até o momento a Prefeitura não comprou”, denunciou. A diretora da escola Elisabeth Rabalho Legramandi, no entanto, comunicou ao site após a publicação da matéria que a informação não procede. Ela afirma que as pilhas sempre foram compradas quando requisitadas.


Testagem

Após os casos positivos nas duas escolas, os professores solicitaram testes de Covid à Secretaria de Saúde. Foram disponibilizados os rápidos, a partir da coleta de sangue, cujos resultados saem em alguns minutos. Por serem de menor eficácia, os profissionais solicitaram os Swab, que analisa a coleta de material biológico retirado na região da nasofaringe, mas a pasta alegou que estes só podem ser utilizados em casos sintomáticos.

Vacinação

No mês passado os profissionais da educação foram incluídos na Campanha Estadual de Vacinação, mas atualmente abrange apenas os com idade a partir de 47 anos. Em Motuca , de acordo com a última atualização do Boletim, receberam as doses dos imunizantes 33 servidores da pasta.


Outro lado

O Cenário buscou o posicionamento da Prefeitura e da Secretaria de Educação, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.


Relação turbulenta

A confirmação de casos positivos de Covid-19 é mais um capítulo da relação turbulenta do prefeito com os professores da rede municipal de ensino. Após o retorno das aulas neste ano, ele justificou a necessidade do trabalho nas escolas por justiça aos demais servidores. O sindicato considera que o trabalho dos profissionais da educação é diferenciado e, por conta do agravamento da pandemia, é um bom senso da gestão propiciar o home office. No dia 20 de abril, o prefeito decidiu desativar o sinal de internet sem fio (wifi) da EMEIF Maria Luiza Malzoni Rocha Leite com a justificativa de apurar acesso indevido a material pornográfico. Os professores reagiram e apontam prejuízos no ensino remoto com a medida.


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