Após anos de reivindicações de voluntários, moradores e vereadores, no final de 2019, enfim, o prefeito João Ricardo Fascineli decidiu construir um espaço voltado aos animais domésticos. O local escolhido foi o prédio da antiga Cooperativa de Doces localizado próximo ao Distrito Industrial.
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Quando ainda estava em reformas, com investimento de cerca de R$ 50 mil, Ricardo publicou uma live em seu perfil no Facebook anunciando aos moradores que o espaço não se limitaria a fazer castrações. Seria também oferecido outros atendimentos veterinários.
“Estamos transformado este prédio no primeiro Hospital Municipal de Animais... que vai se chamar “Meu melhor amigo” e vai atender a população animal da cidade. Então em breve estaremos com veterinário aqui fazendo castrações, vacinas e todos os procedimentos necessários para a saúde do animal”, prometeu o prefeito.
Vídeo publicado por Ricardo em seu perfil no Facebook.
Após a inauguração em 19 de dezembro, o início das castrações foi rápido. No evento que contou com autoridades e servidores municipais, religiosos, vereadores, moradores e ativistas da causa animal, Ricardo anunciou para quatro dias depois as primeiras cirurgias, contemplando apenas machos com justificativa de ainda não haver equipamentos e por serem de menor complexidade.
A brevidade no início dos trabalhos tornou-se morosa. Não havia um plano e nem a prometida legislação para a criação de uma Política Pública na cidade. Com isso, a retomada dos procedimentos aconteceu somente cinco meses depois, em maio, e os trabalhos nos meses que se seguiram continuaram claudicantes.
Autor de várias proposições da causa animal, entre eles requerimento com minuta de lei sobre o assunto e a denominação do espaço Clínica Municipal “Claudete de Mello Falvo”, em homenagem a ativista falecida da cidade, o então vereador Irineu Ferreira convocou por meio de requerimento o secretário de Saúde Márcio Contarim para dar explicações na Câmara sobre a descontinuidade dos trabalhos.
Na ocasião, Contarim culpou a pandemia da Covid-19 e dificuldades em adquirir insumos. Depois, mesmo com o vírus controlado e maior abertura, o prédio segue sem cumprir efetivamente sua função. Nas poucas castrações, a Prefeitura continuou focando apenas em machos, o que está em desacordo com as experiências de controle populacional de animais nas quais as fêmeas são prioridade.
Questionado neste ano sobre as castrações, o Secretário de Saúde Márcio Contarim disse que outro empecilho observado em Motuca é a falta de compromisso dos moradores. De acordo com ele, muitos agendaram as castrações, mas não levaram os animais nas datas marcadas.
A maior utilização do Prédio atualmente é a disponibilização do espaço pela Prefeitura para que voluntários possam abrigar gatos para recuperação após as cirurgias de castração.
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