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Como as cidades devem se preparar para eventos extremos provocados pelo aquecimento global



Mais de 85% do estado foi afetado pelas enchentes. Foto: Divulgação

Relatório atualizado no final da tarde de ontem (8) sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, com dados da Defesa Civil, informa que 425 municípios foram afetados, o que corresponde a 85,5% das 497 cidades gaúchas, com 67.428 pessoas em abrigos, 163.786 desalojados e 1.476.170 pessoas afetadas. Além disso, há 374 feridos, 130 desaparecidos e 100 óbitos confirmados. O documento lista os municípios mais impactados, como Bento Gonçalves, Cruzeiro do Sul, Gramado, Lajeado e Caxias do Sul.  


Artigo publicado pelo cientista Fernando Alcoforado, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, aponta a necessidade dos municípios se prepararem para catástrofes como a do Rio Grande do Sul com o intuito de minimizar os impactos nas localidades.


Aquecimento global e mudanças climáticas

As inundações estão diretamente relacionadas ao aquecimento global por conta das mudanças climáticas que ele provoca. O aumento da temperatura média do planeta resulta no efeito estufa, que intensifica a ocorrência de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e inundações. Com o aquecimento global, a atmosfera retém mais umidade, resultando em nuvens de chuva mais densas e liberando mais água.


Danos das inundações

Os impactos das inundações nas cidades são significativos e variados. Elas causam danos materiais, colocam em risco a vida de seres humanos e outros seres vivos, causam erosão do solo, poluem habitats naturais, comprometem o tráfego de veículos, interferem na drenagem e no uso econômico da terra, danificam estruturas como pontes e sistemas de esgoto, prejudicam a navegação por água e a energia hidrelétrica, entre outros.


Além disso, as inundações resultam em perdas financeiras consideráveis, com custos sociais e econômicos crescentes ao longo das décadas. Estima-se que desastres relacionados à água representem 90% de todos os desastres em termos de pessoas afetadas globalmente. As perdas econômicas anuais devido a inundações são da ordem de milhões de dólares, e os desastres naturais relacionados à água causaram perdas mundiais de bilhões de dólares até o momento.


Planejamento urbano

Portanto, é fundamental que as cidades se preparem adequadamente para enfrentar eventos climáticos extremos, como inundações, por meio de um planejamento urbano sustentável e de medidas de adaptação e mitigação.


Para promover o planejamento urbano sustentável diante de eventos climáticos extremos, algumas medidas práticas podem ser adotadas. Aqui estão algumas sugestões:


  • Implementação de infraestruturas verdes: Introdução de áreas verdes, parques, jardins e telhados verdes para absorver a água da chuva, reduzir o escoamento superficial e minimizar inundações.

  • Zoneamento adequado: Definição de zonas de risco e restrições de construção em áreas propensas a inundações para evitar danos materiais e proteger vidas 6.

  • Melhoria do sistema de drenagem: Investimento em sistemas de drenagem eficientes, como bueiros, canais e reservatórios, para gerenciar o escoamento da água da chuva e prevenir inundações.

  • Uso de pavimentos permeáveis: Utilização de materiais permeáveis na pavimentação de ruas e calçadas para permitir a infiltração da água no solo e reduzir o volume de água superficial.

  • Construção de piscinas de retenção: Criação de grandes piscinas (piscinões) para armazenar água da chuva e minimizar inundações em áreas urbanas.

  • Gestão de córregos e rios: Investimento na manutenção e ampliação de córregos e rios urbanos para atuar como barreiras de contenção e evitar transbordamentos.

  • Revisão do uso da terra: Planejamento contínuo do uso do solo urbano para garantir a ocupação adequada e segura das áreas vulneráveis a inundações.

  • Elaboração de planos de contingência: Desenvolvimento de planos de ação para lidar com a ocorrência de inundações e outros eventos climáticos extremos, incluindo a construção de reservatórios para armazenar água e seu uso para fins não potáveis.


Essas medidas estruturais e não estruturais são essenciais para minimizar os impactos das inundações e promover cidades mais resilientes e sustentáveis diante de eventos climáticos extremos.

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