O motorista Rogério Cano Losilla recebeu em meados de setembro comunicado que seria remanejado do setor da saúde, após 18 anos e seis meses dirigindo ambulâncias. Além do município, também já trabalhou como socorrista no SAMU e no Resgate São Francisco, de Ribeirão Preto. Para atuar no cargo, buscou se qualificar em cursos e chegou a se formar em técnico de enfermagem.
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Ele foi o primeiro dos motoristas concursados que atuam na saúde a ser substituído após a Prefeitura decidir pela contratação de empresa para o fornecimento de profissionais. O nome da empresa, a forma de contratação, o valor do serviço e a exigência de qualificação, entre outros questionamentos, foram encaminhados pelo Cenário à Prefeitura, pois as infomações não foram encontradas no Portal de Transparência, mas não houve resposta até o fechamento da matéria.
“Fui informado depois que a justificativa para a saída seria uma troca de plantão com um colega. Mas essa era uma situação que costumávamos fazer e, até então, não havia questionamentos”, relata o motorista, que foi transferido para a educação.
Além de Rogério, outros motoristas participaram de capacitação para trabalhar com ambulâncias após exigência judicial em ação movida por eles para melhorias no ambiente de trabalho. Desde então passaram a receber, além do salário, 30% referente ao adicional por insalubridade que chegava a R$ 600. Com a mudança de setor, deixaram de receber o valor. "Agora avalio de ingressar com uma ação na justiça, pois estou sendo prejudicado", revela.
Queda da maca
Em pouco tempo em vigor, a terceirização vem sendo criticada não apenas pelos motoristas, mas também por moradores. O assunto veio a tona após a queda da maca no sábado (10) de uma paciente que teve grande repercussão com post da filha em seu perfil no Facebook.
No texto, que até a publicação da matéria teve 46 comentários, 26 reações e 9 compartilhamentos e no qual marcou o prefeito João Ricardo Fascineli, a moradora Maiara Luiza Fernando Colen denuncia problemas no atendimento, primeiro, com a demora do veículo em chegar ao Hospital em Matão e, depois, com, de acordo com ela, a falta de experiência e qualificação do motorista para o socorro.
“Saímos daqui às 9h20 da manhã e minha mãe já estava liberada às 12h45. Aí ligamos para nos buscar. Falaram que o moço (motorista) tinha ido para Araraquara... estávamos sem dinheiro .. e esperamos até 16h40, quando a ambulância chegou”, descreveu Maiara.
O acidente, complementa ela, foi no momento em que chegaram em casa. “Ele disse que a maca estava com defeito, mas se tinha cinco ambulâncias, por que pegou justo a que estava quebrada”, questionou Maiara. Após a repercussão, em outro post, ela eximiu o motorista de culpa. “Ele estava cansado por ter trabalhado à noite. Estava na casa dele descansando e, mesmo assim, foi nos buscar porque não tinha outro funcionário. Então não é culpa dele e, sim, das autoridades”, considerou.
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