
O Ministério da Saúde não reconhece a efetividade de nenhum produto químico que possa ser utilizado para matar escorpiões. A utilização, inclusive, não é recomendada porque contribui com o aparecimento dos animais nas residências, já que causam o desalojamento para locais não expostos à ação desses produtos, aumentando o risco de acidentes.
Os escorpiões possuem o hábito de se abrigarem em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo. Eles também possuem a capacidade de permanecer meses sem se movimentar. Esses fatores contribuem com sua resistência a produtos químicos.
Além disso, possuem capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares fechados por um longo período. A aplicação de produtos químicos de higienização doméstica e de produtos utilizados como inseticidas, raticidas, mata-baratas ou repelentes não são indicados.
Das 1.600 espécies conhecidas no mundo, apenas cerca de 25 são consideradas de interesse em saúde. No Brasil, onde existem cerca de 160 espécies de escorpiões, as responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus, que tem como característica, entre outras, a presença de um espinho sob o ferrão.
O escorpião amarelo é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças. Possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da espécie é devida à presença de uma serrilha nos 3º e 4º anéis da cauda. Mede até 7 cm de comprimento. Sua reprodução é partenogenética, na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida.
O que fazer para controlar a ocorrência de escorpiões?
As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões e modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais.
Na área externa do domicílio
Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;
Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros (aceiro) das redondezas dos imóveis;
Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc;
Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões);
Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;
Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;
Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.
Na área interna
Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
Observação: em áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de árvores abandonadas por longos períodos).
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