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Dica de leitura: "Um defeito de cor", de Ana Maria Gonçalves


Obra da escritora Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Foto: Reprodução
Obra da escritora Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Foto: Reprodução

Hoje, apresento uma dica de leitura: o livro "Um defeito de cor", da escritora Ana Maria Gonçalves. Ela é uma autora negra e a primeira mulher negra a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Este romance se tornou um marco da nossa literatura. Como reconhecimento, Ana Maria conquistou o Prêmio Casa das Américas, em 2007.


Seu segundo livro, "Ao lado e à margem do que sentes por mim", também merece destaque, mas foi com "Um defeito de cor" que ela alcançou projeção. A obra levou cinco anos para ser concluída: dois anos de pesquisa, um ano de escrita e mais dois anos de reescrita. O resultado desse trabalho é tão expressivo que foi considerado por Millôr Fernandes como a obra mais importante da literatura brasileira.


Para despertar a curiosidade, selecionei dois trechos do livro:


Trecho 1

“Os brasileiros promoviam almoços em que eram servidos pratos típicos do Brasil, como feijoada, doces de frutas em calda e cocada. Eles também organizavam uma festa para o Senhor do Bonfim, com burrinha e tudo, para São Cosme e Damião e para alguns outros santos. Também faziam questão de batizar os filhos, como eu precisava fazer com os meus, e, acima de tudo, dar a eles um apelido, como faziam todos os brancos e brasileiros. Na verdade, todos os brasileiros, mesmo que não fossem, eram considerados brancos, porque, aos olhos dos africanos, nós agíamos como brancos. Morávamos em casas diferentes e tínhamos hábitos diferentes, como usar talheres e ter móveis como a mesa e a cama, que não eram usuais na África.”

Trecho 2

“O Van-Van era estranho, pois gostava de se vestir e de se comportar como mulher. Mas era uma pessoa de excelente coração, com muito bom gosto, trabalhador e honesto. Tive que ser bastante firme para defendê-lo de certos insultos e manter a decisão de trabalhar com ele. Os mestres de obras não queriam saber dele e ninguém o respeitava, embora todos ficassem admirados com a capacidade que ele tinha de fazer muitas belezas dentro de uma casa.”

Era isso. Um abraço!

 
 
 

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