Vacina da dengue foca em crianças e adolescentes por apresentarem maior risco de agravamento da doença

O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer vacinas contra a dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. A vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda, vem sendo aplicada inicialmente em regiões com alta incidência, seguindo critérios como população acima de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão nos últimos anos.

Como funciona a vacina?

A Qdenga é um imunizante tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). É produzida a partir do vírus vivo atenuado, que estimula o sistema imunológico sem causar a doença, gerando uma resposta semelhante à infecção natural. O esquema vacinal consiste em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Eficácia e segurança

Estudos clínicos com mais de 28 mil pessoas demonstraram que a vacina tem alta eficácia, especialmente contra o sorotipo DENV-2 (95,1%). Para DENV-1 e DENV-3, as taxas são de 69,8% e 48,9%, respectivamente. Além disso, a Qdenga reduz em 84,1% o risco de hospitalizações por dengue, tanto em quem já teve a doença quanto em quem nunca foi infectado.

Quem pode se vacinar?

A campanha inicial do SUS prioriza crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo considerado mais vulnerável a complicações. Pessoas que já tiveram dengue também podem se vacinar, mas devem aguardar seis meses após a infecção. A vacina é contraindicada para gestantes, lactantes e indivíduos com imunodeficiência.

Diferença para vacinas anteriores

Diferentemente da Dengvaxia, vacina anterior que só podia ser usada por quem já teve dengue, a Qdenga é segura para todos, independentemente do histórico de infecção. Por isso, foi incorporada ao SUS após avaliação da Anvisa e da Conitec, que monitorarão seus efeitos a longo prazo.

Com informações da Agência.Gov