União e acesso a crédito são caminhos para o desenvolvimento da agricultura familiar, aponta técnico da CATI
- Redação
- há 8 horas
- 2 min de leitura

O técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Luiz Gustavo Ennes Pizzaia, integrante do Conselho de Desenvolvimento Rural de Motuca (CMDR) ressaltou que a organização coletiva dos agricultores familiares e o acesso ao crédito rural são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento do setor e fortalecer a economia local. Em visita recente a Motuca, ele destacou os papéis do cooperativismo e das linhas de financiamento voltadas ao setor.
Leia também:
Cooperativismo fortalece
Pizzaia explicou que o cooperativismo é uma estrutura que permite aos pequenos agricultores atuarem com mais força no mercado. Segundo ele, a cooperativa é “uma empresa formada por pessoas que decidem trabalhar juntas para gerar renda e benefícios para todos os cooperados”.
Ele destacou que o modelo surgiu de uma necessidade histórica: “O cooperativismo nasceu da necessidade de sobrevivência. Na Inglaterra, na Revolução Industrial, as pessoas perceberam que, unidas, poderiam produzir e comercializar melhor, sem depender de intermediários”.
Para o técnico, os mesmos princípios continuam atuais no campo brasileiro. “Sozinho, o produtor tem pouca força; em grupo, ele passa a ter peso no mercado”, afirmou. Além de ampliar a competitividade, o cooperativismo possibilita acesso conjunto a insumos, tecnologias e mercados, beneficiando especialmente agricultores de menor escala.
Crédito rural como ferramenta estratégica
Outro ponto enfatizado por Pizzaia foi o uso adequado das linhas de crédito voltadas ao setor rural. Ele classificou o crédito como uma ferramenta essencial, mas ainda pouco explorada pelos produtores. “Cooperativismo e crédito são duas ferramentas fantásticas para o desenvolvimento da agricultura. Só que ainda usamos pouco”, destacou ele, que chamou a atenção para oportunidades oferecidas por programas de financiamento com juros reduzidos, que possibilitam investimentos em infraestrutura, tecnologia e sistemas sustentáveis. Quando utilizados de forma planejada, explicou, esses recursos podem transformar a realidade produtiva das propriedades rurais.
Organização coletiva é fator decisivo
Apesar do potencial, Pizzaia observou que muitos avanços dependem da mudança de postura dos próprios agricultores. Para ele, o maior desafio não é técnico, mas cultural. “O principal problema não é técnico nem financeiro, é cultural. As pessoas têm dificuldade de confiar umas nas outras e de trabalhar em conjunto”, afirmou. O técnico reforçou que superar essa barreira é fundamental para que iniciativas de cooperativismo prosperem. A união entre produtores, disse ele, cria condições para buscar melhorias estruturais, negociar melhor no mercado e acessar políticas públicas de forma mais eficiente.
“Todos ganham”
Pizzaia reforçou que a organização comunitária é o caminho para o desenvolvimento rural sustentável. “Quando o produtor se organiza, todos ganham — ele, a comunidade e o município”, afirmou. Para ele, o fortalecimento do cooperativismo e a ampliação do uso consciente do crédito rural representam oportunidades concretas para transformar a realidade do campo e promover crescimento econômico de maneira coletiva e duradoura.
