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“Não tem lógica”, diz mãe de criança de 5 anos deixada em casa errada por transporte escolar rural

Atualizado: 7 de ago. de 2019


Local onde a criança foi deixada; empresa alega engano de monitora

Passava das 17h40 da tarde fria de ontem (5) e o sol já começava a se esconder quando o caseiro Sebastião Pedroso, de 78 anos, ouviu os cachorros latirem. Em seguida, viu uma criança com mochila escolar chorando e chamando pela mãe na estrada ao lado da casa onde reside, em área da antiga Usina Santa Luiza. “Achei que era a filha da vizinha que mudou há pouco tempo e fui ver o que que estava acontecendo”, relembra.


Pedroso ficou surpreso quando a menina revelou que morava em outro local, no Porto de Areia do Galhardi, e foi deixada sozinha pela perua que transporta alunos da área rural para a Prefeitura, serviço realizado de forma terceirizada pela empresa Talles Villela Gamba ME, de Rincão. “Eu e minha esposa procuramos acalmá-la e, em seguida, levei para o Posto de Saúde, onde imaginava que alguém poderia ajudá-la”, relata.


O motorista foi comunicado do problema e retornou para buscar a criança e levá-la para a casa. Chegando ao local, tanto ele como a monitora foram questionados pela mãe Raquel Vitor Crescencio, de 26 anos, sobre o motivo do atraso, já que sempre aguardava pela filha na varanda de casa. “Eles falaram apenas que deixaram no lugar errado, sem dar detalhes, e foram embora ”, lembra.


Foi a própria filha, de apenas cinco anos, quem relatou o que realmente tinha acontecido. “Ela me disse que chegou a alertá-los que aquela não era sua casa e mesmo assim foi deixada sozinha. Nem consigo imaginar o que poderia acontecer”, relata ela, de forma indignada. Para Raquel, houve negligência, pois há três meses a filha já utilizava o transporte escolar. “Depois a monitora veio me falar que ‘faltou atenção’, mas não tem lógica. Não acredito em confusão com outra aluna que mora na Usina, pois elas são bem diferentes”.


Após o relato da filha, ela decidiu, juntamente com o marido, registrar Boletins de Ocorrência (BOs) nas Polícias Militar e Civil. Também encaminhou o problema à Secretaria de Educação e ao Conselho Tutelar de Motuca. “Estou fazendo tudo isso para que não volte mais a acontecer com ninguém”, exclama. De acordo com ela, após o episódio a filha ficou traumatizada e não quer mais utilizar o transporte escolar.


Conselho Tutelar diz que irá apurar o caso

Questionado, o Conselho Tutelar de Motuca disse que considera o caso grave, pois existe risco à integridade física da criança ao deixá-la sozinha em um local distante de casa, mas que é necessário avaliar os Boletins de Ocorrências (BOs) e ouvir os responsáveis antes de tomar providências. Informou que, após denúncias de moradores, já encaminhou notificação à Prefeitura para que fossem solucionados problemas como falta do uso de cinto de segurança e lotação em veículos utilizados no transporte escolar.


Empresa alega engano de monitora

Por meio de nota, a empresa Talles Villela Gamba ME informou que entrou em contato com a Secretária de Educação para saber detalhes do caso. De acordo com a empresa, foi constatado um engano por parte da monitora ao desembarcar a criança no local. A empresa descreveu ainda que não houve prejuízos à integridade física da criança e que providências serão tomadas para que o problema não volte a acontecer. (acesse a nota na íntegra).


Prefeitura não envia posicionamento

Questionada por meio da Assessoria de Imprensa se observava negligência, se realiza acompanhamento da empresa para avaliar o cumprimento das normas de segurança e se tomaria providências, a Prefeitura não encaminhou as respostas até a publicação da matéria.

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