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“Estamos juntos molecada... nêgo não vai folgar em nossa cidade”, diz Ricardo em áudios sobre PMs


Prefeito pediu transferência de PMs ao Comando Regional da Crporação

Em áudios que circulam no whatsapp, o prefeito João Ricardo Fascineli revela a jovens da cidade articulação para a retirada de policiais, cujas abordagens estavam recebendo reclamações por supostos abusos. “Estamos juntos molecada.., nêgo não vai vir de fora folgar em nossa cidade não... cê é louco... fica tranquilo... estamos juntos”, falou em tom jocoso o prefeito, que chegou a publicar em seu perfil no Facebook requerimento solicitando a retirada de dois policiais direcionado ao Comando Regional da PM.



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Questionada sobre as gravações, a assessoria de imprensa da Prefeitura declarou que o processo de transferência dos policiais militares e as reclamações dos jovens correm sob sigilo e que as informações devem ser obtidas diretamente com os denunciantes.


No requerimento, Ricardo descreve parceria da Prefeitura com a Polícia Militar (PM) na disponibilização de prédio, insumos como gás, café e açúcar, sinal de internet, além de manutenção de veículos, antes de solicitar nominalmente a transferência de dois policiais “por estarem causando transtorno a população de Motuca”, descreve o prefeito.


A pedido do prefeito, o Capitão Rodrigo Adriano Lopes, comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar (PM), que abrange as cidades de Matão, Motuca, Dobrada e Santa Ernestina participou de reunião no dia quatro com a presença de moradores, quando foram levantados os assuntos sobre a segurança pública local.


De acordo com apuração do Cenário, no início da semana passada Ricardo chegou a confrontar em tom de ameaça policiais que abordaram um prestador de serviço da Prefeitura por supostas infrações de trânsito.


Além de reclamações de excessos de multas veiculares, o prefeito também trouxe denúncias de supostas agressões direcionadas por policiais a cidadãos. Em entrevista ao Jornal da Morada, de Araraquara, ele chegou a comparar a situação na cidade com a morte do negro George Floyd por um policial, que desencadeou manifestações contra o racismo em todo o mundo.


“Depois do que aconteceu com o George comecei a ficar assustado e procurei ir mais a fundo.... saber o que estava acontecendo. Me deparei com situação realmente assustadora. Em menos de 20 dias 30 veículos foram apreendidos na cidade e mais de 100 multas feitas... tem espancamento... tem agressões... achava que tinha dois policias metendo o loco na população, mas a gente descobriu que tem mais. Procurei o comandante da PM da cidade de Matão e estou clamando antes que aconteça o mal e derrube sangue de alguém e antes que a população se revolte”, declarou o prefeito à rádio.


No mesmo programa, um morador de Araraquara que costuma pernoitar em Motuca, de onde sai para trabalhar em outra cidade, declarou ter sofrido agressão após ser preso acusado de embriaguez ao volante. Policiais foram a casa dele após denúncia de trafegar aparentemente sem o controle da direção, onde encontraram o veículo estacionado de forma irregular. Ele declarou ter sido retirado à força de dentro da residência. “Eles entraram no quintal e me puxaram. Agarrei no portão e eles começaram a bater no meu braço”, disse o trabalhador, que afirmou ter ficado com medo de morrer e ficado com marcas no pescoço com as agressões”.


Denúncias estão sendo apuradas por Comando; PMs demonstram tranquilidade, segundo apurou o Cenário


A 4ª Companhia da Polícia Militar apura denúncias de supostos abusos cometidos por agentes de segurança do estado que atuam em Motuca. Um procedimento administrativo foi aberto para apurá-las. PMs da cidade não comentaram o episódio em atendimento a protocolo da Corporação. Conversas de terceiros que chegaram ao Cenário, no entanto, revelam que os policiais se dizem tranquilos e que agiram dentro da legalidade. O Cenário não conseguiu contato por meio telefônico com a 4ª CIA e não recebeu respostas encaminhadas por e-mail até a publicação da matéria.

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