Auxiliares e técnicos de enfermagem da Saúde de Motuca vêm reagindo contra a forma como a Prefeitura atua para mudar a jornada de trabalho da categoria. Em abril, a Câmara Legislativa aprovou a redução da carga horária de 44 para 36 horas sem alteração na remuneração. O texto foi encaminhado pelo Poder Executivo após consenso em reuniões que contaram com participação dos profissionais de saúde, vereadores e o Sismar, sindicato que representa os servidores locais.
Leia também:
Sismar vê intimidação e orienta servidores a não firmarem acordo sem a presença do sindicato
Após consenso entre Prefeitura e vereadores, reforma administrativa é aprovada
Prefeitura “perdoa” dívidas de profissionais da saúde e se compromete a diminuir carga horária
"Precisamos de reconhecimento e não perda de direitos", protesta técnica de enfermagem de Motuca
Os profissionais de saúde contestam o curto espaço de tempo para a negociação, suposta falta de transparência e a exclusão do sindicato nas negociações para um acordo coletivo. A articulação da Prefeitura para a implementação da jornada está sendo realizada por Fernando Henrique Vieira Garcia, diretor do departamento de negócios jurídicos, justiça e cidadania, cargo comissionado ligado ao gabinete do prefeito João Ricardo Fascineli.
“Ele quer que a gente assine individualmente o documento fixando o trabalho de 12 por 36 horas do jeito dele... que a gente faça esse acordo sem conhecer com antecedência o que está sendo proposto e também não quer a participação do sindicato, que é nosso representante legal”, afirma a técnica de enfermagem Aparecida Pereira dos Santos Santana (Cida).
Na quarta (6), o diretor jurídico iniciou contatos com os auxiliares e técnicos de enfermagem para a assinatura do acordo e estipulou prazo para a definição até hoje (8). “Achamos que é pouco tempo. Pedimos mais uma semana e ele recusou”, revela Cida.
Além disso, o diretor informou aos profissionais que, caso não assinassem o documento com as diretrizes propostas pela Prefeitura, irão iniciar a partir de segunda (11) a jornada de seis horas diárias de segunda a sábado. “Ele quer nos castigar, pois sabe o valor do combustível. Quem mora em outra cidade, que é a maior parte, vai gastar o dobro”, destacou Cida. “E tem o domingo... questionamos quem iria trabalhar neste dia e ele disse para não nos preocuparmos que dariam um jeito”, completou.
O Cenário buscou o posicionamento do diretor Fernando e da Prefeitura por meio da assessoria de imprensa, mas não foi encaminhado até a publicação da matéria.
Comments