Turma de 77

Nosso encontro foi intenso e inesquecível. Uma celebração de amizades, memórias e conquistas que atravessaram décadas. Arquivo pessoal

No último dia 20 de setembro, celebramos o 48º aniversário da nossa querida Turma de Educação Física, da Faculdades Integradas de Santo André (FEFISA). Dizem que encontros de turma são sempre iguais, mas o nosso é diferente. Afinal, carregamos o lema no corpo e na mente: mens sana in corpore sano.

Ser professor nos deu a dádiva de transformar vidas, de ajudar pessoas a encontrarem seus próprios caminhos. É esse orgulho que nos acompanha até hoje. Éramos muitos — cerca de 150 alunos divididos em quatro turmas. Na época, homens e mulheres eram separados em determinadas atividades, reflexo de um outro tempo. Uns chegaram sem grande intimidade com os esportes, outros já vinham com experiência, alguns até defendendo clubes ou a seleção paulista e brasileira.

Desta vez, o encontro reuniu pessoas de vários cantos: Curitiba, Brasília, Araçatuba, Pirassununga, Motuca, Santa Catarina... O encontro, como de costume, aconteceu em São Paulo, em um restaurante na Mooca, de um dos colegas. E, curiosamente, mesmo sendo professores de Educação Física, muitos de nós acabamos trilhando caminhos distintos: alguns migraram para a psicologia, outros para a gestão empresarial, pública e até para cargos de direção em clubes esportivos.

A idade média do grupo? Sessenta e tantos anos, claro! Para facilitar, cada um usava um crachá com nome ou apelido (o meu: “Piauí”),  um lembrete carinhoso para driblar as falhas da memória. Entre conversas, sempre nos recordamos dos mais próximos, dos discretos, dos famosos, do sempre alegre e presente “Chuchu” e dos que estão longe, como o Rubinho e, sobretudo, dos que se dedicaram a organizar esse encontro de 48 anos.

Logo, as lembranças começaram a aflorar: os atletas de handebol, basquete, vôlei, e, claro, o atletismo, que tantas vezes colocou nossa faculdade entre os primeiros lugares nas competições da região, principalmente da USP. Um nome se destacou nas lembranças: o do nosso fundista de São José dos Campos, temido nos 5 mil metros.

Eu, com o professor Moreno e nosso amigo Chan

E como não recordar do nosso professor, Antônio Carlos Moreno — o lendário “Moreno”, jogador de vôlei de renome mundial, participou de quatro Olimpíadas e quatro Campeonatos Mundiais. Líder nato, moderado e inspirador, foi capitão por excelência. Durante o encontro, seu discurso emocionado exaltou o papel transformador do professor na sociedade. Moreno, para nós, é mais do que um mestre, é um ícone.

Também não poderíamos deixar de citar o colega José Roberto, ausente no encontro. José Roberto Guimarães, o técnico lendário, o único no mundo campeão olímpico com seleções masculina e feminina. Barcelona, Pequim, Londres... um verdadeiro patrimônio do esporte brasileiro e do mundo.

Nosso encontro foi intenso e inesquecível. Uma celebração de amizades, memórias e conquistas que atravessaram décadas. Ao final, deixei registrado um desejo simples: que possamos repetir esse reencontro no ano que vem — ou sempre!