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Idoso morreu de Covid em Rincão enquanto aguardava vaga em UTI


Miguel foi a 12ª vítima da doença em Rincão. Foto: Arquivo Pessoal

Após 66 horas aguardando uma vaga de UTI em Hospitais da região, o aposentado Miguel Sebastião dos Santos, de 74 anos, não resistiu às complicações da Covid e faleceu no início da tarde de terça (2) no Pronto Socorro de Rincão.


Por conta da gravidade de seu quadro, com falta de ar e febre, a equipe médica avaliou a necessidade de um atendimento intensivo. “Infelizmente a vaga não surgiu no período que estava na unidade”, conta Daniela de Souza Sales, diretora de Saúde de Rincão.


Nos últimos dez dias o município vem encontrando dificuldades para a obtenção de vagas de pacientes com Covid. “Já aconteceu de pessoas ficarem um tempo aguardando, mas esta é a primeira vez que um morador morre sem o encaminhamento”, revela ela, que demonstra preocupação com o agravamento da doença na região. “Estamos perto de um colapso”, alerta.


Miguel foi a 12ª vítima de Covid em Rincão, que já registrou 305 casos desde o início da pandemia. As autoridades de saúde do município vêm orientando a população a obedecer as medidas sanitárias e regras de distanciamento e isolamento social.


“Era para meu pai estar entre nós”, lamenta filho


Miguel junto com a esposa e o filho Antônio

O aposentado Miguel Sebastião dos Santos contraiu a Covid junto com a esposa. Ficou dois dias com sintomas leves até que o quadro se agravou e teve que ser encaminhado ao Pronto Socorro, onde veio a falecer. A dor maior, de acordo com Antonio Sabino dos Santos, um dos sete filhos, é saber que ele poderia estar vivo se tivesse um atendimento adequado. “Era para meu pai estar entre nós”, lamenta.


Miguel possuía diabetes e pressão alta, doenças de risco para a Covid. “Estavam controladas pelos medicamentos que tomava e ele tinha uma vida ativa. Atuava na igreja como ministro e fazia visitas em casas de fieis”, relata Sabino.


Vida no campo

Natural do Paraná, o agricultor Miguel veio junto com a família para o estado de São Paulo há cerca de 35 anos em busca de uma vida melhor. Trabalhou em lavouras em Rincão e Ibiúna até se aposentar há cerca de sete anos. "Ele gostava muito de viver", ressalta o filho.

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