Relatório da Prefeitura sobre o caminhão da coleta seletiva expõe afirmações inconsistentes

Foto incluída no documento mostra veículo entregue em maio do ano passado sendo utilizado na atividade no último dia 10

“A placa do caminhão de reciclagem foi retirada no dia 09/11/2022, sendo que até o momento não estava em funcionamento. As catadoras reclamaram da altura do caminhão e por mais este motivo estavam utilizando o trator no lugar do caminhão, mas o caminhão já está em funcionalidade”.

Leia a íntegra do relatório:

Motuca relatório.pdf

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Na descrição acima, a Prefeitura de Motuca justifica porque não vinha destinando o caminhão exclusivo da coleta seletiva para a atividade, conforme prevê convênio celebrado entre a Prefeitura de Motuca e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), órgão do governado estadual que encaminhou o veículo em maio do ano passado para melhorar a gestão dos descartes domiciliares em obediência ao Plano de Resíduos Sólidos.

Somente no dia dez deste mês, após cerca de nove meses, o veículo passou a ser utilizado pelas integrantes do projeto social “Recicla Motuca”.

A justificativa foi incluída em um relatório da Prefeitura enviado para o estado. Este é o primeiro documento elaborado pelo município que deve conter fotos e descrição das metas alcançadas. O convênio prevê envio trimestral. Foi assinado pela diretora Francielen Fachin Serafin, do departamento de planejamento, obras e serviços públicos.

Reportagem do Cenário evidenciou que, ao invés de destinar o veículo para a coleta seletiva, como determina o convênio, a administração municipal vinha utilizando para outras atividades, como o transporte de equipamentos para eventos.

No relatório, é descrito que o veículo foi utilizado para um mutirão de coleta e que a atividade passaria a ser realizada também nos Assentamentos da Fazenda Monte Alegre.

O documento descreve de forma inverídica que a Prefeitura vinha fornecendo Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O Cenário apurou que a administração municipal se prontificou em passar a disponibilizar a partir de agora.

A informação que “é feita supervisão e acompanhamento destes trabalhos” também não é verdadeira. O documento cita o departamento de planejamento, obras e serviços públicos e o chefe Henrique Lopasso Filho, do departamento de agricultura e meio ambiente como os responsáveis. Até então, conforme apurou o cenário, nenhum servidor municipal vinha atuando junto ao projeto na atual administração.