As cidades de Ribeirão Preto e Araraquara confirmaram nas últimas semanas os primeiros casos da variante Delta do novo coronavírus. A descoberta já era aguardada, em virtude da capacidade maior de infectar as pessoas. Esta característica é o que mais preocupa pesquisadores e autoridades de saúde. Apesar de possuir sintomas mais leves como dores de cabeça, de garganta e no corpo, além de febre e coriza, ela tem o potencial de sobrecarregar os hospitais.
“Como as manifestações clínicas são mais leves, é provável que a demanda maior seja de leitos de enfermaria, ao contrário do que vem acontecendo desde o início da pandemia; desta forma, o sistema de saúde vai ter que se readaptar para atender esses pacientes em modo ambulatorial”, avalia o professor Benedito Antônio Lopes da Fonseca, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, em entrevista ao Jornal USP.
Medidas de enfrentamento seguem as mesmas
Muitas cidades do Brasil estão diminuindo as restrições de funcionamento do comércio nas últimas semanas. Com o advento da nova cepa, pesquisadores destacam a necessidade de continuarem as medidas protetivas como usar máscaras, uso de álcool em gel, evitar aglomerações e praticar o distanciamento social.
Como fica a vacinação?
Estudos mostram que a delta pode infectar também pessoas que já tomaram a vacina contra a covid-19. Apesar disso, especialistas avaliam que é cedo para fazer afirmações sobre a eficácia, ou não, do imunizante contra a nova cepa.
E, com o objetivo de reforçar a proteção contra a doença, o Ministério da Saúde anunciou a aplicação da terceira dose em grupos prioritários. Para o professor Rodrigues, o que deveria ser discutido “é uma questão de equidade”. É que muitos países estão sendo questionados por aplicarem a terceira dose na população, enquanto outros sequer vacinaram com a primeira dose os grupos prioritários.
Por: Robert Siqueira e Giovanna Grepi (Jornal USP)
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