Definitivamente a política deixou de ser um ambiente só para adultos em Motuca. O grupo denominado “Jovens em Ação” vem marcando posição na política local em entrevistas com os candidatos. São dezessete estudantes entre 13 e 21 anos que se organizaram com o objetivo de ouvir dos futuros líderes as propostas de melhorias para sua geração e para a cidade. Eles criaram uma página no Facebook, onde irão divulgar os vídeos (Acesse).
A experiência está sendo única e vem mudando suas visões sobre a política. “Depois de ouvir os candidatos, passei a observar a importância de saber deles o que pensam, pois é dessa forma que a gente vai ter nossa opinião”, destaca a estudante Maria Júlia Alessandra de Paula, de 16 anos, que já pensa numa participação maior na vida pública. “Não gostava de política, mas depois das entrevistas comecei a querer fazer parte dela”, vislumbra.
Para Tainá dos Santos, de 21 anos, de maneira geral os jovens são desligados de assuntos importantes e isso prejudica o desenvolvimento de ações para o público na cidade. “Sou do Assentamento e observo que muitas coisas bacanas podem ser feitas lá, utilizando, por exemplo, os Centros Comunitários e Barracões”, avalia.
O convite para participação no projeto foi encaminhado aos candidatos a prefeito e a vereador da cidade, mas nem todos retornaram. As entrevistas são centradas fundamentalmente em perguntas sobre suas propostas para os jovens. “Com as respostas, a gente pode cobrá-los depois”, observa Victor Hugo Fernandes Gouvêa, de 13 anos.
A ideia da formação do grupo partiu dos professores da rede municipal Paulo Henrique de Sá e Thais Cristina Capodeferro Perini, com experiências em ações junto aos jovens da cidade.
De acordo com Paulo, a proposta busca incentivar a juventude a participar do debate público num momento em que a grande maioria da população está desacreditada com a política. “Observamos que os jovens podem aproveitar a campanha para ocuparem seus espaços como protagonistas na sociedade”, expõe.
Thaís acredita que a experiência deverá gerar neles consequências positivas na formação social e política. “É preciso formar seres pensantes, pessoas que vão atuar na sociedade futuramente”, pontua.
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