A depressão venceu Baiana

Baiana no bar em Motuca, onde fazia comidas típicas de sua terra

Alegre, festeira e trabalhadora. Essas são as lembranças que amigos e familiares querem guardar de Baiana, como era conhecida a utinguense Maria Eunice da Silva. Vencida pela depressão, morreu sete dias após desferir um grave ferimento contra o próprio corpo.

Desde que sofreu um AVC, há alguns anos, Baiana deixou de fazer várias coisas que gostava.A tristeza transformou-se em depressão e ela não conseguiu desvencilhar da dor, que a levou ao desespero e à morte.

O irmão Antônio Ferreira da Silva diz que ela já demonstrava há algum tempo a intenção de morrer. “Mas a gente não imaginava que ia fazer isso”, lamentou ele, com lágrimas nos olhos. De acordo com Antônio, apesar da gravidade do ferimento, a família estava otimista com a recuperação. “Tínhamos a esperança que ela ia retornar para casa”, comentou.

Proprietária de bar desde o tempo de Utinga, Baiana manteve por vários anos um estabelecimento em Motuca, onde fazia sucesso com as comidas típicas de sua terra, que atraíam, além dos moradores, pessoas de cidades vizinhas.

“A Nice era muito querida por todos, pois tinha bom coração e ajudava quem precisava”, lembra a amiga e conterrânea Maria Nilza Medeiros, que irá lembrar dos momentos de alegria que viveu com ela. “Nice nasceu no dia de São Pedro, 29 de junho, a festa mais bonita da Bahia, que costumávamos ir e se divertir”, destaca. “Não perdi uma amiga, mas uma irmã”, lamenta.

Mesmo após o AVC, que trouxe sequelas e afetou sua fala, Baiana trabalhou por alguns anos coletando material reciclável na cidade. Com o agravamento da doença, teve que se afastar da atividade que tanto gostava. Recentemente realizou o sonho de construir sua casa, onde morava com o irmão Antônio e o filho Tiago, muito amado por ela.

Baiana morreu com 56 anos. Seu corpo está sendo velado no Velório Municipal de Motuca. O enterro será ás 17h30.