Ahhh.. Como é bom lembrar a infância. Permanece muito forte em minha lembrança este bom e velho tempo.
Desta época, é impossível esquecer o nosso exótico campo de futebol. Por muitas vezes, éramos obrigados a parar o jogo para as vacas passarem. As traves eram feitas de bambu. Não era raro cair na cabeça do goleiro, mas só machucava quando o bambu ainda estava verde.
Talvez existisse um time pior que o nosso, mas nunca vi. As derrotas eram constantes e o placar geralmente era acima de dez para o adversário. Nossa chuteira era o bom e velo kichute. Para dar mais firmeza, o cadarço ficava enrolado por todo o pé.
Jogávamos mais durante a semana no período da tarde. Jamais esquecerei um acontecimento em uma dessas partidas, que até hoje me provoca risos.
O time que um de meus primos atuava perdia a partida para uma equipe mais forte. Por obra do destino, ele pegou a bola e partiu em direção ao gol driblando os adversários. Sua vontade de fazer o gol era tanta, que ele conseguiu levar o time todo. Quando chegou em frente ao goleiro, para a surpresa de todos, ele parou. Em vez de dar um belo chute e sair para o abraço ele gritou, irritado: “Cadê a pedra!!!”.
Nesta ocasião, a delimitação do gol era marcada com duas pedras, mas estávamos jogando com o gol livre. Porém, meu primo fazia questão de marcar o tento com elas. O problema é que um dos jogadores reserva estava utilizando-a para socar um pau na lateral do campo. Chamado, veio correndo colocá-la no devido lugar.
Depois de resolvido o problema, o jogo continuou e meu primo chutou a bola, que bateu na pedra que ele pediu para colocar no lugar e foi para fora. Meu primo ficou furioso, o que provocou risos por todos os lados. No entanto, até hoje eu não entendo porque tanta obsessão em fazer o gol com a pedra marcando o local, já que todos sabiam o tamanho do golzinho. Quanta inocência que nos fazia tão felizes!